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Gestão de Exposição no sector financeiro: Uma Abordagem Proativa para a Resiliência Cibernética 

O setor financeiro é, possivelmente, o mais visado por ciberataques em todo o mundo. E não é difícil perceber porquê: as instituições financeiras gerem os ativos mais valiosos e os dados mais sensíveis do planeta. Um único incidente pode causar prejuízos financeiros massivos, danos reputacionais irreversíveis – e implicar penalizações regulatórias severas. 

Neste artigo, vamos explorar os desafios de cibersegurança enfrentados pelas instituições financeiras, por que razão a gestão tradicional de vulnerabilidades é insuficiente, e como a gestão de exposição oferece uma forma mais inteligente de proteger ativos e manter a confiança. Enquanto Customer Success Managers na XM Cyber, já vimos muitas organizações deste setor lutarem para acompanhar a complexidade até adotarem, finalmente, uma abordagem abrangente e proativa para gerir os riscos mais críticos. Esperamos que este artigo ajude outras entidades deste setor desafiante a ganhar controlo sobre as suas exposições e a melhorar a sua postura de segurança. 

Os Desafios Únicos da Cibersegurança no Sector Financeiro 

O setor financeiro enfrenta desafios de cibersegurança verdadeiramente únicos. Além de gerirem ativos de elevado valor, as instituições financeiras processam enormes quantidades de dados sensíveis, num ecossistema com uma vasta superfície de ataque – tornando-se alvos prioritários para cibercriminosos. 

Além disso, trata-se de um dos setores mais regulamentados do mundo. As empresas devem cumprir normas rigorosas como PCI-DSS, RGPD e regulamentos da SEC. O não cumprimento pode resultar em coimas pesadas e danos reputacionais. Os riscos de terceiros também aumentam, uma vez que as instituições financeiras dependem de uma rede de parceiros externos – como processadores de pagamento, fornecedores de serviços em cloud e empresas fintech. 

A migração para a cloud, a rápida expansão da banca digital e das transações móveis, entre outras mudanças de mercado, ampliaram consideravelmente a superfície de ataque no setor financeiro. A velocidade é outro desafio: as transações financeiras ocorrem em tempo real, deixando pouco espaço para erro. 

Apesar de muitas instituições financeiras estarem conscientes destes riscos, as ferramentas de segurança em que confiam muitas vezes falham em proporcionar a proteção necessária. 

Por Que Razão as Soluções Atuais de Gestão de Exposição São Insuficientes 

As ferramentas tradicionais de gestão de vulnerabilidades não são eficazes perante as ameaças cibernéticas no setor financeiro. Baseiam-se em análises periódicas e métodos de deteção ultrapassados, o que sobrecarrega as equipas de segurança com falsos positivos. Isto resulta em desperdício de tempo, carga de trabalho excessiva e frustração crescente entre os profissionais de segurança. 

A falta de contexto de negócio é outro grande problema. Estas ferramentas não indicam quais as vulnerabilidades que realmente colocam os sistemas críticos em risco. 

A priorização também é falha. Muitas soluções dão ênfase a classificações de gravidade em vez da exequibilidade real das falhas. As equipas acabam por corrigir vulnerabilidades que parecem críticas no papel, mas que não estão a ser exploradas ativamente – enquanto os atacantes aproveitam-se de falhas ignoradas. 

Mesmo quando os riscos reais são identificados, corrigi-los é um processo lento. Processos de aprovação complexos atrasam a mitigação e as equipas têm dificuldade em perceber quais os problemas que exigem atenção imediata. Mesmo departamentos de segurança bem financiados não conseguem acompanhar o ritmo. 

Por exemplo, a Randolph-Brooks Federal Credit Union (RBFCU), a maior cooperativa de crédito do Texas, anunciou uma violação de dados em 2024 que expôs as informações bancárias de milhares de clientes. O ataque envolveu o comprometimento de nomes e dados financeiros através de uma violação física de uma das caixas automáticas da cooperativa. Esta situação poderia ter sido evitada com uma gestão de exposição mais eficaz – através da monitorização contínua da infraestrutura das ATMs, priorização de vulnerabilidades e reforço dos controlos de segurança física. A inteligência de ameaças poderia ter identificado antecipadamente os métodos de ataque, enquanto alertas em tempo real e testes proativos teriam detetado atividades suspeitas antes que os dados fossem comprometidos. Respostas mais rápidas e controlos de acesso mais rigorosos poderiam ter impedido os atacantes de explorar essas falhas. 

É aqui que entra a gestão avançada de exposição – ajudando as instituições financeiras a adotar uma abordagem proativa e direcionada para reduzir o risco. 

Casos de Utilização-Chave da Gestão de Exposição em Finanças 

As instituições financeiras precisam de mais do que alertas – precisam de informações acionáveis que permitam reduzir o risco de forma eficaz. A gestão de exposição oferece uma abordagem clara e prioritária, garantindo que as equipas de segurança se concentram nas ameaças mais relevantes. Eis como: 

Priorização de riscos cibernéticos 
As equipas de segurança enfrentam frequentemente um número esmagador de vulnerabilidades. A gestão de exposição permite identificar as ameaças mais críticas, avaliando a exequibilidade, o impacto no negócio e a viabilidade do ataque – para que os esforços se centrem no que realmente importa. 

Conformidade regulatória e preparação para auditorias 
As instituições financeiras devem cumprir regulamentos rigorosos como Basileia III, RGPD, FINMA e DORA. A gestão de exposição avalia continuamente a postura de segurança, realiza simulações de ataque e gera relatórios automáticos, simplificando a conformidade e a preparação para auditorias. 

Remediação acelerada 
Ao integrar-se com ferramentas ITSM como o ServiceNow, a gestão de exposição avançada agiliza os fluxos de trabalho de remediação. Isto permite às equipas de segurança agir rapidamente, identificando as vulnerabilidades mais urgentes e coordenando-se eficazmente com parceiros externos. 

Proteção de ativos digitais e ambientes híbridos 
As instituições financeiras operam em ecossistemas de TI complexos, que incluem sistemas legados e infraestruturas cloud. A gestão de exposição deteta configurações incorretas, credenciais fracas e lacunas de segurança nestes ambientes, prevenindo violações. 

Deteção de configurações incorretas 
Muitas violações resultam de erros de configuração negligenciados. A gestão de exposição ajuda a detetar e corrigir essas falhas, reduzindo o risco tanto em sistemas locais como na cloud. 

Medir o Sucesso: O Que as Instituições Financeiras Devem Exigir da Gestão de Exposição 

Para garantir a eficácia da gestão de exposição, as instituições financeiras necessitam de soluções que vão além da análise superficial. A abordagem certa deve ser mensurável, eficiente e adaptada às necessidades específicas do setor financeiro. Os principais fatores de sucesso incluem: 

  • Redução eficaz do risco – A solução deve identificar e mitigar as vulnerabilidades mais críticas, fornecendo insights acionáveis que reduzam genuinamente o risco e previnam incidentes reais. 
  • Integração sem fricção – A gestão de exposição deve integrar-se profundamente com a infraestrutura de segurança existente (SIEMs, soluções EDR, plataformas ITSM, ambientes híbridos), garantindo um mínimo de interrupções operacionais. 
  • Simulações de ataque precisas e relevantes – A plataforma deve simular realisticamente caminhos de ataque, focando-se em vetores credíveis e relevantes – e não em riscos teóricos. 
  • Escalabilidade e flexibilidade – À medida que as redes crescem e evoluem, a solução deve adaptar-se a infraestruturas híbridas, alterações regulatórias e ambientes operacionais diversos. 
  • Eficiência de tempo e custos – A solução deve otimizar os processos de deteção, priorização e remediação, reduzindo a carga operacional das equipas de segurança e assegurando que os benefícios superam os custos. 
  • Inteligência de ameaças contínua – Atualizações regulares e inteligência de ameaças em tempo real devem permitir uma defesa proativa contra novas ameaças e técnicas de ataque emergentes. 

Conclusão 

As ameaças cibernéticas dirigidas às instituições financeiras estão a tornar-se cada vez mais sofisticadas – e os métodos de segurança tradicionais já não são suficientes. Uma abordagem reativa deixa as organizações vulneráveis a violações dispendiosas, falhas de conformidade e danos reputacionais. 

A gestão de exposição muda este paradigma ao oferecer visibilidade contínua, priorização de ameaças reais e remediação mais rápida e inteligente. 

Está na altura de passar da reação à prevenção. As instituições financeiras que adotam a gestão de exposição conseguem reforçar a segurança, reduzir a carga operacional e proteger a confiança dos clientes. Os riscos são evidentes mas a solução também. 

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